quinta-feira, 30 de agosto de 2012

RESENHA CRÍTICA SOBRE SABERES DOS PROFESSORES


 
Maurice Tardif é um professor canadense, da Universidade Laval, em Quebec, e da Universidade de Montreal, onde leciona sobre a história do pensamento pedagógico. Foi professor de filosofia na Faculdade de oito anos Maisonneuve  (1982-1990). Fundou e liderou ( 1993-2005) e hoje é pesquisador e diretor do Centro Interuniversitário de Pesquisa em Educação e Profissão Docente (CRIFPE), que inclui mais de 300 membros de universidades 13 (Laval, Montreal, Sherbrooke, Quebeque rede Universidades - Abitibi, Rimouski, Chicoutimi, Montreal e Hull, Toronto, Ottawa, Moncton, Simon Fraser e Colúmbia Britânica). Suas pesquisas são voltadas para evolução e a situação da profissão docente, além da formação de professores e os conhecimentos de base da docência. Para ele, a docência é uma profissão de interações humanas.

            O capítulo lido retrata-se de três questões que nos últimos vinte anos foram o ponto chave da problemática do ensino e da formação de professores em grande parte dos Países ocidentais. Onde o autor irá frisar os saberes profissionais dos professores e como anda a formação acadêmica dos futuros professores, e ainda qual relação deveriam existir entre ambos. Tardif traz em discussão que é necessário que haja uma reflexão sobre a epistemologia da prática profissional do docente, no qual eles devem autoformar-se e reciclar seus conhecimentos, mesmo após seus estudos iniciais na universidade, e nunca se esquecendo de avaliar-se e avaliar o outro, pois só os profissionais podem avaliar como esta o trabalho dos seus companheiros, podendo ate sugerir formas de como melhorar.

            O texto também nos mostra que os saberes profissionais são construídos aos poucos, com pesquisas, reflexões e prática do trabalho docente, esses saberes são adquiridos com o tempo. Primeiramente por que na maioria das vezes o que os professores sabem sobre ensino é o que eles vivenciaram como alunos e depois alguns desses professores quando passam pela formação acadêmica não modificam em nada as suas crenças anteriores sobre ensino, e por isso os primeiros anos de prática são decisivo para que esse profissional sinta-se capaz. O texto deixa claro que não se pode confundir saberes profissionais com conhecimentos adquiridos na formação acadêmica e não se pode fazer da prática profissional um espaço de aplicação de tais conhecimentos.

            Os professores tentam atingir vários objetivos em sala de aula, porém muitas vezes não conseguem atingir nem ao menos um e isso porque ainda falta uma formação adequada a esses docentes, de forma que eles ainda não conseguiram compreender que nem tudo que foi vivenciado por ele deve-se fazer parte da sua vida profissional, há certas experiências que foram boas a eles mais não significa que será bom a outros.

            Tardif também revela no texto que os saberes profissionais são personalizados, pois trata de saberes incorporados e apropriados de forma que fica difícil separar as experiências de vida e trabalho profissional. O autor questiona bastante sobre a interação humana que deve estar embutido em todo esse processo de formação de professores já que eles terão que trabalhar com pessoas de pensamentos e saberes diferentes, e também porque seu objeto de trabalho serão seres humanos que trazem consigo seus próprios conhecimentos e experiências humanas, estas que circundaram o processo de aprendizagem dessas pessoas.

            Portanto o autor fala que é necessário que haja uma relação aluno-professor e professor-aluno de modo com que isso contribua no processo de ensino, pois a afetividade também e um dos fatores que esta no meio deles, sendo estes seres humanos dotados de sentimentos e emoções diversas que podem ou não interferir no desenvolvimento cognitivo, pois se pode até manter os alunos em uma sala de aula mais isso não significa que estes irão aprender algo; o professor deve ser capaz de estimular esses alunos ao aprendizado.

            O capítulo 7 discute os saberes que servem de base aos professores para realizarem seu trabalho em sala de aula. São criticados os enfoques anglo-americanos que reduzem o saber dos professores a processos psicológicos, que alimentam atualmente as abordagens por competência e também se posicionam de forma crítica em relação às concepções sociológicas tradicionais que associam os professores à agentes de reprodução das estruturas sociais dominantes. O Destaca também que o professor segue uma lógica disciplinar e não profissional; outra que os alunos são vistos como tabula rasa e não como indivíduos portadores de algum conhecimento e por isso traz 4 tarefas que deveriam ser seguidas pelos educadores.

 
                                                                                                              Arlene Porto da Costa
Referencia;
TARDIF, Maurice. Saberes Docentes e Formação de Professores. RJ,Petrópolis:Vozes,2000

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